Ato pela redução da jornada de trabalho é realizado em Roraima
Na última sexta-feira (15/11/2024), partidos políticos e movimentos sociais realizaram, em Roraima, uma panfletagem no terminal de ônibus José Campanha Wanderley. O objetivo da ação política foi integrar o Estado no dia nacional de mobilização contra a escala de trabalho 6X1. A organização do evento envolveu os partidos políticos PCB, UP e PSTU, além dos movimentos sociais Levante Popular da Juventude e Correnteza. Segundo os organizadores a redução da jornada de trabalho da escala 6X1, para 4X3 é fundamental para garantir a qualidade de vida à classe trabalhadora, especialmente aos mais jovens que devida a grande concentração de renda existente no país tendem entrar no mercado de trabalho cada vez mais cedo.. O Levante publicou em suas redes sociais que a atual escala de trabalho gera consequências desastrosas ao trabalhador, especificando problemas de saúde, mentais e físicos. Já o movimento Correnteza, aponta ainda, que a atual jornada laboral, especialmente no setor de serviços, não permite que trabalhadores e trabalhadoras tenham tempo adequado ao lazer, estudo e vivência familiar. A proposta, encampada pela Deputada Federal Erika Hilton (PSOL/SP), originou-se no movimento Via Além do Trabalho (VAT) que defende a necessidade da redução da jornada de trabalho a fim de garantir qualidade de vida as pessoas, especialmente à classe trabalhadora do terceiro setor da economia. A luta pela redução da jornada de trabalho é um processo histórico. Quando das revoluções burguesas e ascensão dessa classe ao centro do poder político, a classe trabalhadora chegava a trabalhar cerca de 18h por dia, incluindo crianças. A mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras permitiu que normatizações, como as contidas na CLT, possibilitassem normas de organização do trabalho que impedissem uma exploração descabida. Na atualidade, a classe trabalhadora, enfrenta no Brasil a organização de duas jornadas bem estabelecidas. A primeira delas consiste na escala 5X2, a segunda é a escala 6X1, ambas são reguladas por meio de regras claras que estabelecem o limite diário de 8h e 44h semanais. No entanto, muitos trabalhadores chegam a trabalhar 10 horas diárias, incluindo o máximo de 2h extras por dia, com limite de 10h semanais, conforme a legislação permite. A proposta enfrenta esses 2 modelos, impondo a escala 4X3, limitado a 8h diárias e 36h semanais. Nessa proposta que já conseguiu o número de adesões para ser protocolada, algo que deve ocorrer essa semana, os trabalhadores cumpririam jornadas 4 dias e meio e folgariam 2 dias e meio. Aumentando as perspectivas de qualidade de vida das pessoas e das relações familiares. Entre os países do G20, o Brasil possui a 11 posição com uma média de 39 horas trabalhadas, no entanto, quando consideramos apenas o setor de serviços esse média sob para as 44 horas. A menor jornada de trabalho é registrada no Canadá com uma média de 31 horas trabalhadas e a maior na Índia com 46 horas de atividade laboral em média. O desenvolvimento tecnológico, por meio da automação e robotização das linhas de produção e da prestação de serviços, permite ao sistema produtivo assumir a redução da jornada de trabalho. Porém, a maioria dos empresários são contra a adoção do novo modelo, em virtude de isso impactar nos seus lucros. A proposta de redução da jornada de trabalho, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, permitirá uma maior desconcentração da riqueza, permitindo que novos atores e atrizes sociais possam entrar no mercado de trabalho, ampliando assim o processo de circulação de moeda e a dinamização da economia.