Objetivo da ação é criar diálogos para as pessoas falarem sobre o tema de forma mais aberta
Por: Ian Vitor Freitas
O setembro amarelo é uma campanha caracterizada pelas discussões sobre a prevenção e a conscientização contra o suicídio. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil o número de pessoas que morrem por conta de suicídio aumentou nos últimos anos. O objetivo da ação é criar diálogos para as pessoas falarem sobre o tema de forma mais aberta.
Ou seja, a campanha pode ajudar tanto as pessoas que sofrem com pensamentos suicidas, como família e amigos das vítimas, que conhecem as maneiras de prestar apoio e abordar sobre o tema.
O Ministério da saúde reforça que o suicídio está diretamente ligado com problemas de saúde mental, na maioria das vezes as pessoas que pensam em cometer suicídio estão lutando contra fatores psicológicos, biológicos, sociais e culturais. Entre eles, estão: depressão, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade, transtorno de personalidade borderline, esquizofrenia e abuso de substâncias.
Dessa forma, é importante que a sociedade busque mais informações sobre o assunto, para conseguir evitar que os números de suicídios continuem aumentando.
De acordo com o psicólogo Wagner Costa, a campanha “Setembro Amarelo” é essencial para divulgar como podemos ajudar e falar com as pessoas que sofrem problemas mentais.
“A campanha é extremamente importante porque nesse mês de setembro intensifica-se a divulgação do quão importante é cuidar da saúde mental. Muitas vezes nós temos a falsa ideia de que se não falarmos do assunto o assunto está resolvido [...] precisamos buscar mais e mais conhecimento para proteger a nossa mente e proteger as pessoas que amamos”, disse.
Nesse sentido, uma mulher, que não quis se identificar para a reportagem, relatou como desenvolveu depressão e como surgiu a vontade de tirar a própria vida.
“Meu melhor amigo se matou em 2019. Então a minha depressão foi desenvolvida a partir do meu luto. Eu não comia, não conseguia dormir e passava o dia inteiro chorando, me isolei da família e amigos. Sentia como se fosse um peso na vida das pessoas e achava que morrer era o melhor para todo mundo”, relatou.
Além disso, ela disse também que a sua salvação foi o apego à espiritualidade e a terapia, acompanhada por um profissional na área.
“O auge foi em 2020, quando eu tentei tirar minha vida. O que me salvou foi o apego à espiritualidade e a terapia, apesar de ainda ter depressão, hoje eu sei que tem profissionais e medicamentos que podem me ajudar e ajudam”, pontuou.
Como ajudar pessoas com depressão?
Conforme o psicólogo Wagner, existe alguns cuidados que devem ser obedecidos para conseguir ajudar um familiar ou amigo com depressão.
“Quando estiver ajudando alguém, jamais ache que a pessoa está fazendo o corpo mole, que ela está querendo chamar atenção, [...] seja realmente um suporte para a pessoa. Jamais diga para alguém que está deprimido que se ela quiser, ela supera. Não fale que o que está faltando na vida dela é um trabalho”, informou.
Por fim, ele comenta que a depressão é um transtorno mental grave que afeta milhões de pessoas no mundo. Por esse motivo, é necessário ter cuidado e empatia, se não conseguir ajudar, indique um profissional de saúde adequado e qualificado.
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