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Roraima registra maior taxa de homicídios do país em 2018

Atualizado: 18 de set. de 2019

João Paulo Pires


Roraima teve taxas de homicídios que triplicaram e agora lidera o número de assassinatos no país. A informação foi divulgada no 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado na terça-feira, 10, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FNSP).


Segundo o documento da organização, esta é a primeira vez que o Estado figura na colocação. Em 2018, foram 348 crimes violentos letais intencionais, ou 66,6 mortes para cada 100 mil habitantes, contrariando a média nacional de 27,5 por 100 mil, a menor desde 2011.


Esta também foi a primeira vez na história das medições de homicídios no país em que um estado do Norte chegou à liderança no ranking de assassinatos no país.


O FNSP compila informações de todas as secretarias estaduais de Segurança Pública do Brasil sobre homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes em decorrência de intervenções policiais. A soma dessas informações gera o que a organização chama de mortes violentas intencionais, índice que ajuda a medir a violência no país.


Especialistas na área afirmam que a evolução ou redução de assassinatos não pode ser explicada por apenas um fator.


No entanto, no caso específico de Roraima, autoridades policiais e de Segurança apontam que o aumento da criminalidade está associado a dois motivos: o aumento populacional, condicionado à imigração venezuelana e o avanço de facções criminosas.


Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Roraima, Herbert Amorim, a guerra entre facções criminosas e recrutamento cada vez maior de membros nestas organizações que disputam o controle do tráfico de drogas no Estado influenciaram diretamente nos índices locais.


Delegado geral da Polícia Civil de Roraima, Herbert Amorim (Foto: João Paulo Pires)

“Temos muitas mortes de pessoas, inclusive de jovens envolvidos em facções criminosas. A maioria é por execução a mando dos chamados ‘tribunais do crime’ que estão dentro do sistema prisional”, disse Amorim.


A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior unidade prisional, do Estado, registrou dois massacres em 2016 e 2017, em que foram mortos 43 presos. A unidade está sob intervenção federal até outubro deste ano.


Desde 2011, a taxa de homicídios no Estado cresceu 410%. O aumento começou a partir de 2016, quando a taxa mais que dobrou. Entre 2017 e 2018, a alta foi de 65%; em todo o país, a queda foi de 10,8%.

Imagem: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019

Ainda de acordo com Amorim, o disparo nos assassinatos coincide com a época em que houve maior fluxo de imigrantes no Estado.


“Hoje apreendemos maior quantidade de drogas, armas e registramos mais crimes cometidos por estrangeiros, especialmente venezuelanos. Não podemos associar apenas a este fato, mas houve sim influência. Isso colabora para o aumento da criminalidade aqui [em Roraima]”, afirmou o delegado.


Procurado pela reportagem para comentar o aumento da taxa, o governo do Estado argumentou que os dados divulgados pelo FNSP são relativos a anos anteriores e, para reduzir os índices, integrou as forças de segurança municipal, estadual e federal para desenvolver trabalho conjunto no patrulhamento ostensivo, serviço de inteligência e investigação.


Relatou ainda que no primeiro semestre de 2019, Roraima apresentou redução de 32,7% nos casos de violência cando à frente de Sergipe (30,1%), Rio Grande do Sul (30,1%), Rio Grande do Norte (28,1%), Rio de Janeiro (26,3%), dentre outros. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça.

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