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Redes sociais se tornam perigosas para saúde mental de usuários

Um estudo apontou o Instagram como a pior rede social para a saúde mental de adolescentes


Redes sociais se tornaram nocivas à saúde mental de usuários (Foto: Willians Dias)

Por Willians Dias


Um estudo da Sociedade Real para a Saúde Pública, realizado em 2017, apontou o Instagram como a rede social mais nociva ao bem-estar e à saúde mental de adolescentes. De acordo com o levantamento, o Instagram tem influência em jovens, provocando ansiedade, depressão e solidão, além de outras implicações, como na autoimagem, a partir da lógica das fotos.


Mikael Coutinho, estudante, 17 anos, acredita que o ocasionamento desses sintomas pode ocorrer em virtude dos jovens procurarem ter o que veem de melhor nas redes, sem a condição de possuir. “A gente vê muito nas redes sociais pessoas postando fotos viajando, se divertindo ou até mesmo usando coisas que muitas vezes são objetos que muita gente gostaria de ter. Eu acho que isso acaba frustrando essas pessoas ”, disse.


De acordo com Diogo Batista, estudante, 16 anos, a tentativa de se basear segundo a realidade de outra pessoa não deve ser aplicada no dia a dia de quem faz uso dessas plataformas. “Acredito que isso é prejudicial só para quem tenta “se igualar” a realidade de outra pessoa. Eu uso as redes sociais só para ver memes. Não sigo celebridades ou digitais influencers. Acho que essas plataformas têm que ser usadas como ferramentas de diversão”, destacou.


Em julho deste ano, o Instagram deixou de exibir a quantidade de curtidas nas postagens da plataforma. A justificativa da empresa é de que, com a medida, reduziria a sensação de competitividade entre os usuários. Para o universitário, Matheus Lima, a competição existe e é perceptível.


“Existe competitividade entre os usuários sim. Envolve tanto pessoas com uma quantidade razoável de seguidores, quanto pessoas que não têm tantos assim. Há indivíduos que estão ali por likes e gerem as suas vidas à base de curtidas, a fim de sempre tentar ter mais likes que outros usuários”, destacou.


De acordo com a psicóloga, Glenda Dinely, as redes sociais podem influenciar o equilíbrio emocional do usuário. “O uso exagerado de redes sociais pode está diretamente associado ao aumento de depressão e ansiedade, mas temos que olhar o perfil das pessoas, porque, geralmente, ela já tem uma predisposição a desenvolver, ou já tem desenvolvido, essas psicopatologias e, quando ela lida com uma realidade que muitas vezes é diferente da dela, isso vem a acontecer. Muitas vezes, o conteúdo que você recebe é editado. Pode ser facilmente editado. Não necessariamente condiz com a realidade”, explicou.


A psicóloga ressalta que as redes sociais não são necessariamente os fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos distúrbios. “A gente não pode demonizar as redes sociais, porque não são elas que causam os problemas. Na verdade, são as predisposições e a forma como cada pessoa ressignifica a si mesmo o tempo todo”, completou.

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