Rede Amazoom foi contemplado com um recurso de fomento no valor de R$5 mil
O Rede Amazoom (Observatório Cultural da Amazônia e Caribe) foi uma das organizações contempladas no edital de financiamento Memória Popular da Pandemia (MMP) da Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil, rede formada por 47 movimentos sociais e organizações e articulações da sociedade civil.
O resultado do edital foi publicado no dia 30 de setembro e pode ser conferido no site da Plataforma Dhesca.
Foram contempladas 10 organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos sociais das regiões norte, centro-oeste e/ou sul. Ao todo, foram recebidas 93 propostas de organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos sociais.
Conforme a Plataforma, o edital tem como objetivo fortalecer, a partir do registro, as resistências, narrativas, experiências e estratégias populares no contexto da pandemia de Covid-19.
A partir deste sábado (09), o Rede Amazoom começa a coletar dos relatos sobre a pandemia. O objetivo da organização é compreender como a Covid-19 impactou de diferentes formas a cotidianidade das populações da Amazônia e Caribe.
Lançada em 9 de setembro, a chamada visava financiar até seis entidades para coletarem no mínimo 15 relatos cada sobre experiências cotidianas durante a pandemia, recebendo um recurso de fomento no valor de R$5.000, 00.
Dado o grande volume, a diversidade e a qualidade das propostas recebidas, a Plataforma Dhesca ampliou para dez contempladas. As propostas submetidas ao edital foram analisadas por um Comitê de Seleção, composto por relatoras/es de direitos humanos, secretaria e coordenação executiva da Plataforma Dhesca.
Memória Popular da Pandemia
Lançada pela Plataforma Dhesca em 2020, a Memória Popular da Pandemia é uma iniciativa de registro de relatos no contexto da pandemia de Covid-19.
É uma ferramenta de escuta individual e coletiva; um espaço para contar, ouvir, trocar e registrar relatos sobre como tem sido a vida durante a pandemia. Inspirado no conceito de escrevivência, o projeto teve um lançamento marcado por uma live com a escritora Conceição Evaristo, que falou sobre a importância de registrar as histórias das pessoas.
“Eu fico pensando na importância de registrar esses momentos que nós estamos vivendo nessa pandemia. Porque, historicamente, as populações que sofreram processos de dominação, ou os coletivos que ainda hoje sofrem processos de exclusão por quaisquer que sejam os motivos, talvez o que sustente esses grupos emocionalmente seja a possibilidade da fala, a possibilidade de contar, a possibilidade de narração”, relatou Conceição Evaristo na inauguração da Memória Popular da Pandemia.
Além da escritora, o lançamento contou ainda com a presença de relatoras/es e ativistas em direitos humanos. No evento, foi lançado um vídeo convocatório, que conta um pouco sobre os objetivos da Memória Popular da Pandemia e convida pessoas e coletivos a enviarem seus relatos para a iniciativa.
Mergulho em um acervo de memórias
Para registrar e divulgar os relatos coletados, a Memória Popular da Pandemia inaugurou, em agosto de 2021, uma plataforma virtual atualizada. O espaço conta com um patrimônio de mais de sessenta depoimentos e possibilidade de navegação interativa, com mecanismos de filtragem de relatos por gênero, raça e estado, busca por palavra-chave e imersão em memórias.
Entre os depoimentos figuram histórias de incerteza, angústia, tristeza e luto. Mas despontam também iniciativas inspiradoras de solidariedade, palavras de esperança e relatos de luta de pessoas, coletivos e movimentos sociais.
Ações que não apenas expõem o descaso do Estado e a potencialização das desigualdades, presentes antes da pandemia, mas desafiam o sistema social que produz e reproduz as crises, apontando para novos modos de produzir, consumir e viver em sociedade.
Fonte: Plataforma Dhesca
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