O PNI comemora cinco décadas de imunização, controlando e extinguindo doenças virais no território brasileiro.
Por Emily Soares.
Lembrado pelas campanhas de vacinação e pelo mascote “Zé Gotinha”, o Programa Nacional de Imunização (PNI) completou 50 anos de atuação nesta segunda-feira (18). O caminho com enfoque no controle das doenças transmissíveis conta até hoje com programação de vacinação em massa e vacinas disponíveis, gratuitamente à população brasileira, através do Programa Nacional de Saúde (SUS).
O PNI foi criado em 1973, durante a Ditadura Militar e percorreu até os governos democráticos, construindo uma trajetória que mudou o futuro brasileiro e virou referência mundial.
A imunização em massa e acessível a todos conseguiu vencer a poliomielite em 1989, controlar doenças virais como rubéola congênita, a meningite, a coqueluche, tétano neonatal e o sarampo. Doenças que por muitos anos causaram o falecimento de crianças e adultos.
Além de atuar fortemente no combate a calamidade da pandemia do coronavírus com propagandas e mutirões para alcançar o maior número de pessoas vacinadas no país.
Atualmente a população brasileira tem um calendário de 18 tipos de vacinas disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) destinadas para bebês, crianças, adolescentes, gestantes, adultos e idoso.
Imunização
As vacinas são produzidas a partir do vírus enfraquecido ou inativo que criará uma memória imunológica no corpo que foi vacinado, dessa forma, a produção de anticorpos, vindo da proteção da vacina, não permitirá que o vírus atue no sistema imunológico.
A Agente de Saúde, Cicera Alves, atuante na UBS Ione Santiago na capital roraimense, está em campo há 18 anos trabalhando nas campanhas de vacinação. Ela frisa a importância da proteção em massa que fazem diariamente.
“Nas campanhas de vacinações a gente consegue vacinar e atualizar as doses de muito mais pessoas do que seria se esperássemos elas nos postos de saúde” - Cicera Alves, Agente de Saúde.
As imunizações em massa que acontecem em pontos estratégicos e públicos em todo o país também são realizadas várias vezes ao ano em Roraima. A agente de saúde reconhece o benefício que é esse plano de ação. “ Os números de beneficiários pela vacinação seriam baixos se não houvesse essas campanhas. Nós fazemos como ponto de vacinação escolas, universidades, supermercados e vários outros locais públicos.”
O método também foi adotado para atingir mais pessoas durante a cobertura vacinal contra o Coronavírus. Desde os Drive-Thru nos terminais de ônibus, shoppings no centro de boa vista até as praças dos bairros mais afastados. “Durante a Covid-19 fizemos muitas campanhas estratégicas no estado e isso foi muito valioso” finaliza a agente de saúde, Cicera Alves.
Apesar da sua importância, o negacionismo afetou a cobertura da vacinação principalmente a partir da pandemia do coronavírus. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal da população despencou em 2021, chegando a menos de 59% dos cidadãos imunizados. Em 2020, o índice era de 67% e em 2019 de 73% , um quantitativo que antes chegava a 95%.
A servidora pública, Miriam Silva, diz que sempre viu a vacina como algo positivo mesmo as notícias falsas que ocorriam durante a pandemia da covid-19.
“Eu costumo estar sempre atualizada nas vacinas porque eu sei da importância dela e durante a pandemia que passamos, não seria diferente. Eu estava ciente que ela mudaria o cenário, então eu precisava fazer minha parte para não pôr os outros em risco e acima de tudo a minha própria saúde” afirma.
A responsabilidade com a própria vida e com a vida do próximo é algo que ainda muitos brasileiros têm em comum. O jovem de 23 anos, Anthony Lima, comenta que para ele a imunização é uma forma de respeito à saúde pública.
“A vacina é a forma mais prática de se prevenir de doenças e a vacinação com a conscientização tem muita importância, porque é uma forma de respeito à saúde pública.”
E com esse objetivo de proporcionar mais saúde aos cidadãos, o Plano Nacional de Imunização continua atuando fortemente na sociedade brasileira.
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