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ELEIÇÕES 2018 - Partido 'Novo' mesmo?

Atualizado: 13 de abr. de 2019

Por Ana Carolini Gama

Imagem: internet

O banqueiro João Dionísio Amoêdo, de 55 anos, tem um currículo extenso: é formado em engenharia e administração de empresas, ex-diretor-executivo do Banco BBA Creditanstalt, vice-presidente e membro do Conselho de Administração do Unibanco, e do Conselho de Administração do Banco Itaú BBA. O empresário é um dos fundadores do Novo, partido pelo qual concorreu à Presidência da República.


Em 2011, com um grupo de aproximadamente 180 pessoas (em sua maioria banqueiros e empresários), nasceu a ideia de fundar o Novo, que foi oficialmente registrado do TSE em 2015. Nas eleições do ano seguinte, em 2016, o partido conseguiu eleger quatro vereadores (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte) e, nas eleições deste ano, elegeu 8 deputados federais e 12 deputados estaduais em 5 estados. Além do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, nas disputas do 2º turno.


Além de Amoêdo, que possui um patrimônio declarado de aproximadamente R$455 milhões, outro criador do Novo foi o também engenheiro Ricardo Coelho Taboaço, que estabeleceu sua carreira no alto escalão de instituições financeiras, sendo diretor do Grupo Icatu e vice-presidente do Citibank.


O Presidente do partido ressalta em suas entrevistas, o Novo construído por cidadãos, gente comum, descontente com os altos impostos, com os descasos dos serviços públicos e que resolveu se juntar. De “simples”, os 'pais' do Novo não têm nada. São multimilionários, banqueiros e grandes empresários, que desenvolveram através do lucro e do monopólio que os bancos impõem ao povo trabalhador. Os bancos ganham loucamente, e ainda pagam menos impostos do que os trabalhadores assalariados.


Em entrevista à Época, João Amoêdo declarou que o país deve privatizar as empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, para melhorar a gestão do setor público.


ÉPOCA – O Novo defende a privatização geral de empresas e serviços públicos?

Amoêdo – Nossa visão é que o governo não deve ter empresa nenhuma. Primeiro, porque não é seu papel fazer gestão de empresas, seja banco, empresa de petróleo, posto de gasolina, seja o que for. Segundo, porque não me parece correto cobrar mais pelo saco de feijão, ter mais impostos sobre os alimentos, para o governo poder aplicar parte desse dinheiro na Petrobras ou no Banco do Brasil. O governo deve privatizar as empresas estatais, devolvê-las ao mercado, devolver esses recursos aos cidadãos. Se, por acaso, alguém achar que o governo deve administrar certas empresas, nada impede que ele monte um fundo com ações dessas empresas, para quem achar que é um bom gestor poder comprar voluntariamente cotas desse fundo. Mas não é razoável obrigar todo mundo a pagar mais caro em produtos básicos e reduzir a condição de consumo das classes mais pobres, para ter empresas com uma gestão política.

Confira a entrevista completa aqui


Sem dúvidas, concluímos: combater o privilégio que a minoria da população tem, enquanto 99% dos brasileiros sofrem com a recessão econômica, definitivamente não é, e jamais será, uma proposta do Novo.


Por fim, o partido tem exaltado que abriu mão do Fundo Partidário, empregando isso como um modelo de honestidade. Mas acordemos, quem necessita do Funda Partidário quando se tem milhões de reais do bolso dos próprios integrantes? Dinheiro, de fato, não é problema para o partido.

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