No dia 30 de setembro aula ministrada por Dário Kopenawa foi invadida por grupo bolsonarista
Organizações não governamentais (ONGs), ativistas indígenas, universidades e a imprensa nacional repercutiram nessa semana a invasão da aula pública ministrada pelo vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa, por um grupo bolsonarista.
No dia 30 de setembro, Dário Kopenawa falava sobre o Movimento Indígena para os alunos do Mestrado em Comunicação da Universidade Federal de Roraima (UFRR) quando a aula foi invadida por um grupo de seis perfis.
Eles interromperam a fala de Dário e passaram a transmitir áudios e vídeos com músicas agresivas ofendendo mulheres, pessoas de esquerda e afirmando que "Pra votar Bolsonaro minha mão já está tremendo".
Depois da invasão, o professor da disciplina, Vilso Santi, registrou o caso na Polícia Federal. Além disso, nessa quarta-feira (6), uma notícia-crime reportando o caso foi registrada no Ministério Público Federal (MPF).
Repercussão
Nesta semana, o assunto foi compartilhado pelos perfis nas redes sociais da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), da Casa Ninja Amazônia e da ativista indígena Sonia Guajajara. A invasão também virou matéria no portal de notícias G1 Roraima.
No dia seguinte após a invasão, a diretoria da Compós publicou nota para manifestar solidariedade a Dário Kopenawa e ao professor Vilso Santi devido à invasão da aula.
Além disso, a nota repudiou os ataques à liberdade de cátedra e de pesquisa e cobrou uma ação das autoridades competentes para que identifiquem os ataques e para que os responsáveis sejam punidos.
Na mesma semana, Luciana Panke, professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), manifestou solidariedade aos participantes da aula.
O pronunciamento da docente ocorreu na live de lançamento do e-book Eleições 2020: Análise da Propaganda Eleitoral nas Capitais Brasileiras, do Grupo de Pesquisa Comunicação Eleitoral.
Daniela Ota, docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), também se solidarizou publicamente durante o Intercom Nacional, nessa quinta-feira (07).
A Adua (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas) também se manifestou sobre o assunto.
Silêncio da UFRR
Apesar de repercutido nacionalmente, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) ainda não se solidarizou publicamente sobre a invasão ou adotou alguma medida para prevenir novos casos como esse.
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