Por: Luisa Stela e Caio Guimarães
Os preços dos alimentos aumentaram drasticamente durante o período de pandemia do novo coronavírus no estado de Roraima. O consumidor tem sentido diretamente os impactos da inflação e os profissionais que dependem do comércio alimentício buscam se adaptar ao momento.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon/RR), Márcio Gondim, na economia o aumento de preço geralmente ocorre devido à pressão de oferta e demanda.
“Quando se há uma grande oferta e uma baixa demanda, o preço de tal produto tende a baixar e assim também ocorre em caso contrário, ou seja, quando se há uma grande demanda e a oferta se mantém estável, o preço tende a aumentar pois há muitas pessoas procurando e poucos produtos disponíveis.” afirmou o presidente do conselho.
De maneira geral, no cenário atual de pandemia, as pessoas têm ficado com mais frequência em suas casas e consequentemente priorizado a alimentação. Porém, outras questões também podem interferir na tendência de aumento e baixa nos valores dos produtos do ramo alimentício, como por exemplo o custo de transporte desses alimentos por conta da alta significativa no preço do combustível.
Existe uma grande arrecadação em âmbito estadual e nacional. A carga tributária no cenário brasileiro é pesada, o que atrapalha o desenvolvimento e impede o crescimento no âmbito regional. A tributação brasileira incide no consumo e por isso as pessoas têm menos acesso à alimentação, pois parte desse valor se destina ao imposto.
O presidente do conselho afirma que a melhor alternativa no momento seria uma reforma tributária para que a população possa ser mais eficiente tributariamente e também para que os impostos não interfiram de maneira negativa nas pessoas.
“De maneira geral, o governo deveria interferir nos valores e na fiscalização, mas não tem como prioridade no momento tomar certas atitudes que visam beneficiar a todos. Toda essa situação pode ser melhorada a partir de planos econômicos, financeiros, governamentais e educacionais. É preciso que a sociedade entenda de economia e finanças para contribuir com um melhor cenário econômico gerando assim preços mais justos e acessíveis.”, relatou Márcio Gondim.
COMO A POPULAÇÃO É INSERIDA?
Atualmente, a população não possui o estudo básico sobre a formação dos preços ou como as pessoas interferem sobre este aumento. Porém, se estas pessoas entendessem que ao continuar comprando os produtos que estão caros, o que interfere diretamente na manutenção desse valor, provavelmente buscariam outras alternativas como a procura por meios mais acessíveis à alimentos que possam estar substituindo por hora.
A gastróloga e sommeliere de vinho, Rafaela Ferreira, relata que os empresários no ramo da gastronomia que não buscam utilizar produtos mais frescos, sazonais e regionais estão ficando um pouco para trás, pois é uma ótima ferramenta para contribuir com a solução dos problemas ambientais, sociais e econômicos porém deve-se haver um meio termo a fim de não perder seus clientes.
“Estamos vinculados a um comportamento de consumo que é, também, estipulado pelos nossos clientes; se o cliente quer comer risoto de camarão, cujas bases são arroz para risoto e camarão, que obviamente não são alimentos regionais, não podemos desagradar a quem paga nossas contas e tampouco nosso salário. então o trabalho é em conjunto, conscientizando quem consome e quem vende”, comentou Rafaela Ferreira.
Considerando o cenário atual de Roraima e do Brasil, fica em cogitação se ainda teremos essa tendência de aumentos e baixas nos valores dos alimentos, pois tudo se baseia no reflexo do que a pandemia ainda tem pela frente. Se ainda continuar nesse estado pandêmico, onde as pessoas têm dificuldade de trabalhar e dificuldade de se locomover, haverá sim a elevação dos valores das coisas.
Nos dias de hoje, até a previsibilidade interfere de maneira negativa na questão do aumento dos preços. E o que se prevê para solução de tal acontecimento, é a resolução da pandemia, através da vacinação, que irá interferir diretamente no aumento dos valores.
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