Por José Carlos Magno
No forró político do Estado de Roraima é difícil apontar alguém quem tenha dançado mais feio do que Suely Campos. Além de passos descoordenados, a mulher do ex-governador, hoje definhando em prisão domiciliar, Neudo Campos, trouxe para o barracão sua família e agregados para o piseiro feito nas costas do povo roraimense.
A dança começou para família de Suely começou quando ela nomeou 19 ‘parentes e agregados’ para cargos em seu Governo. Inescrupulosamente, a eleita pelo PP, admitiu a prática e ainda fez duras críticas ao Ministério Público quando foi pedida para exonerar seus familiares, deixando claro que a festa era só pra sua família.
Se calculada, a renda familiar dos Silva Campos chegou até R$ 398 mil mensais pelos vencimentos das secretárias e outros cargos ocupados pelos nomeados de Suely e onde quando não haviam mais cargos pra distribuir, o superfaturamento em licitações, por meio de laranjas, foi a saída da família para continuar o legado de Neudo.
Fora do barracão, a população, revoltada, viu, por um quadriênio, a farra dos Campos. Não só viu, mas sofreu – e ainda sofre até o último minuto – com a falta de medicamentos nas unidades de saúde, falta de transporte e merenda escolar nos municípios, insegurança, atrasos, atrasos e mais atrasos no pagamento de servidores das mais diversas áreas e ainda o estresse de ver aquela propaganda ridícula de que TA-TA-TA-TA ACONTECENDO. Não sei pra quem que está acontecendo alguma coisa, deve ser pra família dela.
A sem-vergonhice é tanta que Suely atribui a situação precária do Estado unicamente à crise humanitária na Venezuela, pedindo, com frequência, para que o Governo Federal ressarça o valor de R$ 180 milhões que ela afirma ter ‘gastado’ com os imigrantes. Para mostrar trabalho, Suely já inaugurou até reforma de banheiro no Sul do Estado e restauração de ponte de madeira. Episódios absurdos que fazem a população questionar se Suely não tem vergonha na cara.
E não tem! Ao ser praticamente expulsa do barracão nas eleições, sem sequer chegar ao segundo turno, Suely tem agido como um bebê chorão, abandonando estado como forma de mostrar indignação pela sua derrota.
A cada dia, fica mais evidente a situação de abandono em que se encontra o Estado. Precariedade em serviços essenciais, endividamento com a união, falta de pagamentos de salários, que afetam diretamente a economia local, mortes na fila dos hospitais e jovens sem acesso à educação fazem parte da realidade do povo roraimense.
Enquanto isso, o forró de Suely e da família Campos acaba aos poucos, à medida que pessoas ligadas a ela - inclusive seu filho - são alvos de prisão por crimes de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e outros tipos de corrupção. Cada vez menos Suely está presente em eventos e solenidades, fugindo de críticas e manifestantes revoltados pelos mil motivos que ela os deu.
O destino de Suely é definido aos poucos à medida que operações são deflagradas e pessoas são presas. Já o destino do povo é difícil prever. Roraima foi vítima de danos irreparáveis e hoje se encontra em um cenário desafiador de ser solucionado.
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