Os padrões de consumo e descarte rápidos de roupas para acompanhar as tendências são prejudiciais ao meio ambiente.
Por: Emily Soares
foto: internet
Contrariando o excesso de roupas compradas e o uso a curto prazo, os brechós se tornaram populares por serem a alternativa de uma moda consciente. A revenda de roupas, sapatos usados em bons estados e por um preço justo tornou-se uma forma de empreendimento que contribui com a sustentabilidade.
A moda está em constante atualização e com isso surge o termo popularmente conhecido "Fast Fashion" (moda rápida) que define as vestimentas em um padrão de lançamentos fabricados, consumidos e descartados de forma rápida. Tal método causa danos ao meio ambiente.
A indústria da moda é a segunda mais poluente e a que mais gasta água do mundo, de acordo com um estudo apresentado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Em média, se utiliza 93 bilhões de metros cúbicos de água, além de descartar meio milhão de toneladas de microfibras, oque equivale a 3 milhões de barris de petróleo no mar.
Além da poluição, na industria da moda e na textil é recorrente noticias de trabalhos analógo a escravidão. No Brasil, a terceirização da mão de obra torna as produções mais baratas, porém ofertam serviços sem a regulamentação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Com isso, a maioria das roupas são provenientes de trabalhos precários, cargas horárias além do permitido e salários baixos.
SE VESTIR PODE SER SUSTENTÁVEL
O brechó existe no Brasil desde o século XIX. Seu nome é derivado de um ambulante que se chamava Belchior que vendia itens usados no Rio de Janeiro, consequentemente os estabelecimentos que faziam isso também eram chamados de “belchior” e mais tarde adaptou-se o nome brechó.
Atualmente a prática tornou-se popular devido ao aumento da consciência ambiental e do consumo sustentável. De acordo com a matéria publicada pela Folha de São Paulo, ainda no primeiro semestre de 2022, a procura por brechós cresceu em 30%.
fotos/redes sociais @swag_brechobv
Outro fator que evidencia o aumento na busca por brechós é o aumento excessivo das peças de roupas em lojas de departamento, a partir da consciência ambiental e da democratização da moda, os brechós vêm se tornando uma opção devido ao preço acessível.
Suellen tem 27 anos, é cliente de brechó e em 2019 decidiu por meio do instagram decidiu montar o seu próprio negócio, o Swag Brechó.
“As lojas de departamentos tem muitas roupas iguais, isso acabou me afastando de compras em shopping. Passei a me aproximar de brechó e bazar. Acabei comprando além do que precisava por serem peças boas com preço acessível ”. Conta a empreendedora.
Motivada pelos elogios da sua forma de vestir e pelo gosto à moda, trouxe o seu estilo alternativo dos anos 90 à loja.
“Eu também queria mostrar que roupa de brechó não é aquela roupa velha, rasgada, são roupas bonitas, estilosas com preços bons e que diferente de outras lojas há um pensamento sobre a poluição que ela causa ”
Além da venda, Suellen leva a sustentabilidade como modo de vida. Pensando no descarte, ela também conta que por meio da loja o seu pensamento é mais amadurecido a respeito da sustentabilidade e se considera um pessoa minimalista.
O consumo de uma moda sustentável não implica a necessidade de parar de comprar em lojas de marca, aderir a esse estilo de vida, é uma forma de ajudar o meio ambiente e o comércio local.
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