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ELEIÇÕES 2018 - Jalser Renier: violência e antidemocracia

Atualizado: 13 de dez. de 2018

Por José Carlos Magno

Jalser Renier na Assembleia Legislativa de Roraima

Há mais de uma década, Brigadeiro Ottomar Pinto já cantara a pedra: Quando o assunto é política em Roraima, “até boi voa”. E no que diz respeito às eleições de 2018, seus resultados, causas e desdobramentos, os bois voaram à torto e a direito nos varias camadas da realidade política roraimense. Vale lembrar o episódio envolvendo o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Jalser Renier e a prefeita da capital Boa Vista, Teresa Surita.


Tanto se fala em democracia que a palavra perdeu o sentido para eleitores e políticos em Roraima e no país. Pois de onde surge a democracia se não das divergências entre lados? É certo que em eleições atípicas como as de 2018 os ânimos estavam aflorados e, em dados momentos, aqueles que votaram e aqueles que queriam votos, podem ter exagerado em suas manifestações democráticas, causando discordâncias mais intensas que o normal - seja lá o que o normal tenha se tornado. No entanto, há sim um que de anormal no acontecimento em questão, que deve ser olhado de maneira diferente de um simples caso de animosidade fervorosa.


A loucura começa no momento em que Renier invade a sede da rádio 93 FM. É difícil enxergar a necessidade de um deputado estadual ter que invadir as dependências de um veículo de comunicação para se ter ouvido. O boi voa um pouco mais alto quando quando além de invadir a rádio, Jalser interrompe uma entrevista com a prefeita da capital para agredi-la verbal e fisicamente por conta de, pasmem, apoio político -ou a falta dele, no caso.


Voltando ao ABC da democracia, para um político,entrar no jogo eleitoral é assumir o risco de perder e ver seus aliados perderem. É  loucura pensar que o processo democrático se tornou violento e não enxergar esse episódio como um caso a ser debatido por conta de suas problemáticas diversas é um erro. Casos de violência na esfera pública e também na privada devem ser levados como exceção, postos como discussão e julgados.


A atitude de Jalser, além de antidemocrática, é imatura e condenável. Qualquer pessoa disposta a representar a população deve ter equilibro para lidar com adversários de forma diplomática e respeitosa. No caso deste boi voador da política roraimense, o que se deve por em discussão são os limites entre o democrático e o autoritário. Muito aconteceu antes disso e acontecerá depois. O cenário é de incerteza e recapitular momentos como esse e falar sobre é um exercício de prevenção para que eles não se repitam.

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