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ELEIÇÕES 2018 - Hora do recomeço para Roraima

Atualizado: 12 de dez. de 2018

Por Luiz Valério

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O próximo governador de Roraima terá um longo caminho pela frente para consertar os desacertos das últimas gestões que passaram pelo Palácio Senador Hélio Campos - Imagem: Pixabay

Passada a renhida disputa pelo Governo de Roraima, com a impressionante vitória do empresário do agronegócio Antônio Denarium (PSL), é hora de começar a pensar num recomeço para o estado. Digo recomeço, porque os últimos governos praticamente destruíram a saúde financeira deste que é uma das mais jovens e pobres - em termos de PIB - unidades da Federação. O novo governo que começa em janeiro de 2019 terá uma missão hercúlea no sentido de recuperar todo o rastro de destruição que vai encontrar pelo caminho.


Esta não foi uma campanha fácil. O pleito deste ano de 2018 foi marcado pela forte influência das redes sociais e do poder devastador do aplicativo de mensagens WhatsApp, com toda a sua capacidade de espalhar boatos e Fake News. Nessa batalha eleitoral cibernética, sobraram denúncias falsas, ofensas desnecessárias, tentativas diversas de derrubar o adversário com chutes na canela. Mas, ao final, venceu aquele nome que soube se “vender” como novidade.


Definitivamente, governar Roraima não será uma tarefa fácil. O governador eleito terá muito trabalho pela frente. Quando Suely Campos (Progressistas) assumiu o governo em janeiro de 2015, disse ter encontrado um estado quebrado, sem dinheiro em conta e com muitas pendências. Ao deixar o cargo, a atual mandatária deixará um cenário de terra arrasada, com servidores insatisfeitos, salários e pagamentos de fornecedores atrasados, contas bloqueadas dia sim outro também, etc., etc.


Vindo da iniciativa privada, Denarium promete aplicar técnicas e estratégias da administração empresarial na esfera pública, começando por nomear uma equipe cuja escolha se dará por conhecimento técnico e mérito, sem apadrinhamento político. O governador eleito também promete enxugar a máquina pública, extinguindo secretarias, reduzindo o número de cargos comissionados, enfim, racionando e otimizando o uso dos recursos públicos.


Todas essas medidas, difíceis de serem adotadas dentro da mentalidade vigente na política brasileira, são extremamente necessárias para que Roraima recupere sua saúde financeira. Caso consiga impor uma forma mais racional de administrar, fazendo tudo o que precisa ser feito para colocar Roraima nos trilhos do desenvolvimento, certamente Denarium conseguirá, a partir do segundo ano de governo, experimentar algum sucesso na sua empreitada.


Porque será inocência e excesso de otimismo esperar que todos os problemas administrativos que ele herdará sejam resolvidos já no primeiro ano de governo. Qualquer expectativa que não leve em conta um tempo de carência para que as medidas drásticas sinalizadas pelo governador eleito sejam postas em prática foge da racionalidade. Roraima está à beira de um colapso e o remédio para os males dos quais ele padece são por demais amargos.


De sua parte, Denarium precisará mostrar para a população roraimense que mereceu, de fato, toda a confiança depositada em seu nome pelo eleitorado. Caso queira se firmar como um político diferente, resolvedor de problemas, bom gestor e capacitado para o cargo terá que ir além das promessas e precisará arregaçar as mangas para começar a construção de um novo tempo. É hora do recomeço. Todos devem se dar as mãos nessa direção.


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