Por Roger Miller
As Eleições 2018 terminaram no dia 28 de outubro, dia da realização do 2º turno. Quando chega a época das eleições no Brasil logo surge uma enxurrada de pedidos, reivindicações, anseios da população que pede por melhorias na Educação, Saúde, Segurança. Mas o principal anseio do Eleitor que clama por dias melhores e sonha com um Brasil promissor é o fim da corrupção, o fim da canalhice de políticos que usam seus cargos políticos para se dar bem. É disso que o brasileiro como um todo está cansado.
Mas será que o Eleitor tem feito por onde merecer um Brasil melhor? De fato a única chance de o eleitor mudar o cenário caótico do país está no voto direto. A chance de colocar políticos comprometidos com o bem estar social do povo, a chance de eliminar os políticos corruptos do cenário político, e a chance de mudar a realidade do país, embora esteja cada vez mais difícil.
As Eleições de 2018 trouxeram resultados animadores com relação a outros anos no que diz respeito a conscientização, no entanto, não são resultados dignos de muita comemoração, tendo em visto resultados inesperados em alguns Estados. Políticos em vários estados sendo reeleitos sob o argumento do “Rouba, mas faz”, além disso, os votos de protestos estão sempre sendo utilizados e em muitos casos chegam a eleger certos candidatos. O voto de protesto não é ilegal, mas representa um perigo, um tiro dado no escuro. Mas o que são os votos de protesto?
Francisco Everaldo Oliveira da Silva, o Tiririca, foi o Deputado Federal mais bem votado do Brasil nas eleições de 2010 e é exemplo mais claro de voto de protesto, considerando a vida de Tiririca na política, inexistente, e por simplesmente ser o Tiririca, um palhaço. O voto de protesto é aquele em que o eleitor prefere anular o seu voto ou votar em um candidato considerado “Sem nexo”, como forma de manifestar sua indignação com o cenário político do país ou do seu estado.
Embora seja uma alternativa para o eleitor, o voto de protesto não é a melhor saída. Imagina se o eleitor resolvesse fazer um grande voto de protesto e eleger milhares de “Tiriricas” por todo o Brasil. Ao invés de protesto, o eleitor seria responsável pelo apocalipse social, o caos total, o fim de tudo. Eleger um candidato acima de tudo é uma responsabilidade social para o cidadão e para todos ao seu redor, é inadmissível que na única oportunidade de mudar o país, o eleitor brinque com esse direito. A forma mais correta de mudar o país em uma eleição seria conscientizar, conscientizar e conscientizar.
Em 2018 o eleitor brasileiro mostrou estar mais consciente e mais severo. Pois além de estar mais criterioso na hora da escolha do candidato, o eleitor está punindo os políticos com pouca representatividade, com baixo comprometimento com a população e com sua própria gestão, e os políticos envolvidos em corrupção. Prova disso foi a renovação feita tanto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nesta última eleição. A Câmara dos Deputados teve a maior renovação dos últimos 20 anos. Das 513 vagas para Deputado Federal 243 serão preenchidas por deputados novatos que representam 47,3% desse total.
Já no Senado Federal a renovação foi mais expressiva, pois de cada quatro senadores que tentaram a reeleição em 2018, três não conseguiram. 54 vagas para Senador foram disputadas nas eleições deste ano, e desse total de vagas 46 foram preenchidas por novatos, uma renovação de mais de 85% segundo o Portal do Senado Federal.
Dados como estes demonstram que o Eleitor está mais consciente, mais atento e mais carrasco. E o Brasil, antes de políticos honestos, de políticos comprometidos com o povo precisa de cidadãos honestos, de eleitores conscientes e educados a usar de maneira correta uma das poucas armas democrática que possui, o voto. O eleitor sabe que ele tem esse poder e quando quer, usa. Eleitores mais conscientes não são uma utopia, mas há ainda muito o que ser feito, há muito que ser trabalhado para chegar pelo menos perto de uma totalidade de eleitores conscientes.
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