Juliany Raposo e Sandeivyde Alves
A Crise social, política e econômica enfrentada pela Venezuela que vem abalando a população fez com que parte da população saísse do país. Segundo dados do FMI de 2018, o PIB per capita do país caiu 35%, a hiperinflação chegou em 1.350.000% e 48% da população se encontra em condições de pobreza.
Essa crise humanitária fez aproximadamente 5 milhões de pessoas partirem. Hector Julio Estaba Larfaga de 26 anos trabalhava como operador de máquinas pesadas na Venezuela e teve que sair por conta da escassez de itens como alimentos e medicamentos. Styphany Barradas da Silva Souza de 24 anos é uma Brasileira que morava com parentes no país vizinho, mas teve que sair por conta das dificuldades que vinham sofrendo. Hector e Styphany viviam ao sul de Bolívar e ano passado vieram no mesmo ônibus da Venezuela para Pacaraima.
Uma saída que deu início à uma nova relação
Na cidade fronteiriça entre o Brasil Styphany ajudou Hector e o Primo dele, que ela conhecia da Venezuela e tinham amizade, oferecendo um lugar para ficar em Boa Vista. Hector e Styphany foram se conhecendo e depois de um mês começaram um relacionamento. Ele tinha planos de ir para o Chile, mas mudou de ideia após começar o namoro.
Styphany fala das dificuldades e preconceito que os imigrantes sofrem: “ Ele não consegue emprego mesmo tendo um bom currículo”. E fala que essa discriminação tem relação com a falta de controle na fronteira: “Nós até entendemos, muitas pessoas vêm da Venezuela e entre essas pessoas muitos são ruins e mal-intencionados e isso atinge nossa vida”.
Já Hector disse que: “Por uns todos pagam, o preconceito com venezuelanos é demais”. E sobre sua experiência aqui ele comenta que: “Eu fui muito bem recebido pela família da Styphany e apesar de não ter conseguido emprego alguns conhecidos me ajudam com serviços”.
O Preconceito e a dificuldades de empregos são problemas que acontecem com frequência
Levantamento feito pela ONU em 13 municípios de Roraima no mês de março desse ano revelou que 59% dos migrantes e refugiados não tem trabalho. Apenas 9% dos venezuelanos que entram por Roraima conseguem um emprego formal. Um em cada três tem dificuldade de ter o que comer. 32% possuíam emprego em seu país. A pesquisa também aponta que 1 em cada 4 venezuelanos já sofreu discriminação no Brasil.
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