Segundo apuração da revista Forbes, o crescimento de serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime, Globoplay e Telecine atingiu a marca 26% durante o período que compreende a pandemia causada pelo Coronavírus. O isolamento social fez de tais plataformas os principais canais de entretenimento de pessoas que se veem confinadas e sem opções para preencher o tempo livre. Por outro lado, o que representa crescimento de um mercado que movimenta bilhões anualmente, representa também um alerta à saúde da população.
O binge watching – maratona de series ou filmes em tradução livre - passou a fazer parte da rotina de muitas famílias mundialmente. O hábito, muitas vezes acompanhado de alimentos ricos em sódio ou açúcar, como pipoca e refrigerante, parece ser uma saída inofensiva à falta de opções trazida pelo confinamento, mas representa um risco à saúde e traz à tona um problema conhecido: o sedentarismo.
Athos Saldanne, de 21 anos, conta que a pandemia transformou seus hábitos. O estudante de engenharia, que mora com os avós, relata que pela necessidade de se isolar socialmente não encontrou alternativas de entretenimento além de séries e jogos de videogame. Segundo ele, depois de três meses com uma rotina de muitas horas em frente à televisão, os efeitos da falta de atividades físicas começaram a ser sentidos.
“Além do aumento considerável no meu peso, comecei a sentir dores nas articulações e coluna. Tenho tido muita dificuldade para dormir e me falta fôlego nos momentos em me movimento com mais intensidade”, conta o estudante.
Além dos efeitos descritos pelo estudante, o sedentarismo está ligado a problemas como diabetes, pressão alta, osteoporose, infarto, derrames e até depressão. De acordo com a médica Dra. Ana Emilia Magno, ser fisicamente ativo é fundamental para a saúde e o bem-estar e pode a adicionar anos à vida e vida aos anos.
“Especialmente nesse momento de restrição, por conta da pandemia, é necessário encontrar formas de se movimentar diariamente para garantir que o organismo funcione da melhor forma possível. Aliando os exercícios a uma alimentação adequada, os benefícios são ainda maiores, disse Emilia.
O personal trainer, Kaio Pereira, conta que a maioria das pessoas tem a ilusão de que para fazer exercícios físicos em casa é necessário dispor de um grande espaço. Ele exemplifica alguns movimentos que podem ser realizados mesmo em espaços pequenos.
“Treinamentos que envolvem apenas o peso do corpo são mais que suficientes para começar uma rotina de exercícios e podem ser feitos no quintal, na sala de estar e até mesmo no quarto, com frequência de duas a três vezes por semana. Movimentos como a prancha, elevação pélvica e agachamentos são exemplos de exercícios que podem ser realizados mesmo com limitação”, explicou Kaio.
No entanto, é preciso estar atento. Qualquer prática de exercícios físicos a serem incorporados na rotina deve ser acompanhada por médicos e profissionais da educação física, para garantir segurança nos treinos, ressalta o personal.
“Antes de praticar qualquer atividade física é necessária a avaliação de um profissional que vai orientar sobre quais exercícios se encaixa melhor no perfil de cada pessoa”, finalizou Kaio.
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