Por Ana Carolini Gama
Desde a saída de Mário Juruna do Congresso, em 1986, nenhum indígena havia conquistado o cargo de Deputado Federal.
Joênia Wapichana quebrou um tabu histórico: nunca uma mulher indígena havia sido eleita deputada federal no Brasil, ou seja, na linguagem popular: lacrou! O dia 7 de outubro deste ano ficou pra história. Com 8.491 votos, a candidata venceu as eleições em Roraima, pela Rede Sustentabilidade, e ocupará uma das oito cadeiras reservadas ao estado na Câmara dos Deputados em Brasília.
Anteriormente, apenas outro nome indígena havia ocupado o cargo - Mário Juruna, do PDT, em 1982. Criador da Comissão Permanente do Índio no Congresso, que anos depois seria agrupada à recente 'Comissão de Direitos Humanos e Minorias'.
Uma de suas bandeiras, que a fez entrar no âmbito da política, foi a batalha pela demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Em 2019, a advogada, - que também foi a primeira mulher indígena a se formar em direito no Brasil, em 1997, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) -, continuará a ser sinônimo de resistência, agora na Câmara dos Deputados.
Em entrevista à FUNAI (Fundação Nacional do Índio), ela ressaltou a necessidade de ter uma representação parlamentar indígena no Congresso Nacional e defender os direitos indígenas. "Hoje, nossos direitos estão em risco com propostas anti-indígenas, por acreditar que as Terras Indígenas merecem programas, políticas e incentivos, para que haja sustentabilidade, para trabalhar para uma geração futura como a juventude, para destacar a importância das mulheres e somar isso à defesa dos direitos sociais para cada brasileiro," apontou.
Sem dúvidas, Joênia Batista de Carvalho, marca um fator importantíssimo no histórico da política brasileira. Aos 43 anos, a roraimense coleciona feitos notáveis e traz aos mais de 8 mil eleitores, a esperança de revolução em prol das causas indígenas.
massa demais seu material sou seu fã hein