O projeto Diálogos Literários, de Edgar Borges, que antes era realizado em feiras e eventos literários do estado, ganhou uma palavra a mais e agora se chama Diálogos Literários Pandêmicos.
O Coletivo Caimbé é uma associação amazônica que tem como objetivo fomentar a cidadania usando a literatura como ferramenta principal. Fundado por Zanny Adairalba, Edgar Borges e Luiz Valério, escritores que atuam em diversas áreas culturais, o Coletivo sempre buscou integrar pessoas que fazem e apreciam a arte roraimense.
Em tempos normais, essas intervenções culturais eram realizadas em espaços abertos. É o caso da Lona Poética, um encontro periódico que já aconteceu muitas vezes em praça pública, com uma lona estirada no chão, com o intuito de receber pessoas para uma noite de prosa e poesia.
Por consequência da pandemia, esse e outros eventos presenciais da área cultural foram interrompidos. Mas, fazendo jus ao nome Caimbé, uma planta que resiste a tudo o que se faça contra ela, como é também com a arte e a literatura, as atividades não deixaram de acontecer. Como alternativa ao isolamento social, elas foram levadas para o digital.
O último Sarau da Lona Poética foi realizado em fevereiro, com a edição "Microfone Virtual Aberto". Carolina Alcoforado, publicitária que sempre esteve presente nos eventos do Coletivo, afirma que participar do sarau dessa forma, que é a única possível nesse momento, é mágico.
Temos o distanciamento necessário, mas o sarau está aí junto da gente sempre que dá, pra gente compartilhar coisa boa. os encontros virtuais têm exatamente a mesma energia de quando a gente se juntava sentadinho na lona pra cantar e recitar. Incrível e mágico do jeito que só o Sarau consegue.
Sarau da Lona Poética, edição Microfone Virtual Aberto
Além disso, o projeto Diálogos Literários, de Edgar Borges, que antes era realizado em feiras e eventos literários do estado, ganhou uma palavra a mais e agora se chama Diálogos Literários Pandêmicos. Uma vez por semana, o poeta convida representantes da área cultural, artística ou do colecionismo, para um bate-papo ao vivo no YouTube.
Em Live no YouTube, Edgar Borges conversa com o artista Anderson de Souza.
“Apesar de fazer jornalismo cultural desde a década de 1990, sempre me foquei na escrita e nunca no audiovisual. Entrevistar pessoas neste formato é um desafio e, ao mesmo tempo, uma diversão que me ajuda a relaxar enquanto não chega a vacina para todos e o melhor for o distanciamento social”, explica o escritor.
Zanny Adairalba, poetiza, compositora, produtora cultural e também idealizadora do Coletivo, está finalizando seu próximo livro. Das oito obras já publicadas pela autora, Versos de Beira-Rio: Para quem gosta de sonhar é o primeira que terá um lançamento completamente online.
“A previsão é que ele seja lançado em abril. O projeto do livro já estava pronto e com a pandemia, através do edital da Lei Aldir Blanc, a obra será publicada. É uma contrapartida. Faremos todo o lançamento na internet, principalmente no Instagram", contou a escritora.
Diálogos Literários Pandêmicos e Versos de Beira-Rio: Para quem gosta de sonhar são alguns dos projetos apoiados pelo Governo do Brasil e pelo estado de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da lei federal N⁰ 14.017, de 29 de junho de 2020, conhecida como Aldir Blanc.
MACUXICAST
Em outra iniciativa envolvendo jornalismo e cultura, Edgar Borges e Zanny Adairalba foram convidados pelo jornalista Luiz Valério para produzir semanalmente o podcast Macuxicast, voltado para as artes de forma geral. Luiz Valério foi um dos fundadores do Coletivo Caimbé, mas resolveu seguir um caminho mais voltado para o jornalismo.
“Começamos enviando nossas perguntas gravadas e em texto, e o Luiz repetia ou colocava para o entrevistado ouvir. Fazíamos assim para participar e manter ao mesmo tempo o distanciamento necessário em tempos de Covid-19. Depois começamos a gravar todos juntos, compartilhando da mesma energia das entrevistas, que são posteriormente editadas e postadas”, finalizou Edgar.
As entrevistas são publicadas sempre às quintas em todas as plataformas de streaming e no site.
LEI ALDIR BLANC
A Secretaria de Cultura do Estado informa que 509 artistas foram beneficiados no total com o auxílio emergencial.
Foi feito o pagamento da renda básica emergencial aos artistas e profissionais do setor cultural aptos a receber o auxílio da Lei
14.017/20, conhecida como Aldir Blanc, no valor total de R$63 mil. Os beneficiários receberam o auxílio no valor de R$ 600 reais em três parcelas, totalizando um recebimento de 1800 reais.
Foram 55 artistas inscritos, e 31 aptos ao auxílio.
Além do auxílio emergencial aos artistas, o Governo de Roraima fez pagamentos de 478 projetos contemplados nos 11 editais de cultura e economia criativa geridos pela Secretaria de Estado da Cultura.
Foram 669 inscritos, desses 577 artistas foram habilitados e 478 premiados. Os benefícios variam de R$ 3 mil reais a R$ 400 mil, observando a tabela de premiações e cachês construídos junto à sociedade civil e o Conselho Estadual de Cultura.
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