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Cientistas politicas falam sobre as eleições 2022 e a atual situação política do país


Por: Camilla Cunha e Laura Alexandre



Falta pouco menos de um ano para que milhões de eleitoras e eleitores brasileiros compareçam às urnas eletrônicas para votar no primeiro turno das Eleições Gerais de 2022, que ocorrerá no primeiro domingo de outubro. O eleitorado apto a votar elegerá presidente e vice-presidente da República, 27 governadores e vice-governadores de estado e do Distrito Federal, 27 senadores e 513 deputados federais, bem como deputados estaduais e distritais.


O segundo turno do pleito do ano que vem está marcado para o dia 30 de outubro e quem garante a organização e a realização das eleições é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Sobre as eleições do ano que vem, pesquisas recentes revelam que pelo menos um terço do eleitorado brasileiro não quer votar no ex-presidente Lula (PT) nem em Jair Bolsonaro (sem partido).


Sobre isso, a doutora em ciências políticas Antônia Celene explica que, no primeiro turno o eleitor tem mais opções de candidatos e que, no segundo, ele não tem muitas opções o que ocasiona que o cidadão não se identifique com um desses dois possíveis candidatos.



Foto: (Laura Alexandre)



“Esses dados que aparecem nas pesquisas sobre as eleições 2022, interessa a campanha dos possíveis candidatos, mas também interessa aos partidos que estão tentando lançar um candidato que tem potencial de concorrer no segundo turno, sem ser o Bolsonaro ou o Lula, tendo a expectativa que esse candidato possa ser vitorioso”, expõe.


Antônia comentou que o ex-presidente Lula e Bolsonaro, são candidatos que possuem vantagens em relação aos demais outros e, sobre isso, ela explicou as vantagens entre esses dois candidatos.


Ela concluiu que o Lula possui um legado bem avaliado em seus dois mandatos e que saiu da presidência com uma aprovação recorde acima de 80%, ou seja, o presidente mais bem avaliado até agora.


“Ele tem avaliações positivas sobre economia, programas sociais e política voltada a investimento e combate à fome. O eleitor lembra o que houve de positivo durante o seu legado”, complementa.


Em relação as vantagens do atual presidente Bolsonaro, ela conta que por ele estar no comando da máquina estatal, possui vários recursos que pode estar o direcionando para ganhar o voto de eleitores.


“Ele está trabalhando para relançar o bolsa família como “renda brasil” na tentativa de ganhar o voto desse eleitor de menor renda”, cita.


A profissional aconselha que os eleitores não devem apenas acompanhar as notícias políticas na época das eleições, e sim se interessar pela política para entender melhor o seu papel na sociedade.


Segundo ela, é importante saber como funciona o executivo estadual, federal e municipal, o que cabe ao presidente, governador e prefeito e do congresso.


"É fundamental acompanhar se o seu representante, seja em qualquer âmbito, está realizando seu trabalho de maneira adequada, isso é exercer a nossa cidadania”, aconselha.


Ela também alerta que o eleitor deve votar tendo critérios e a consciência de que o seu candidato não irá favorecer apenas seus possíveis interesses individuais, mas sim da população. “Essa é a ideia de um voto consciente”, disse.


Apesar de grandes discussões políticas, a cientista acredita que o país não esteja enfrentando uma crise política.


“Não deixamos de ter eleições desde 1989, desde então a democracia vem se aperfeiçoado e nesses momentos de turbulência, discussões e debates, isso não é algo fora da normalidade”, enfatiza.


Direita e esquerda -

A cientista ressalta sobre os principais objetivos da esquerda e da direita.


“A esquerda possui pautas que são consideradas progressistas como a defesa do estado forte, uma intervenção estatal como forma de promover o bem-estar a partir do estado, uma política econômica em que o estado seja o principal condutor com investimentos, mas também com parcerias”, pontua.


Para ela, essa linha de pensamento traria um estado mais presente favorecendo o bem-estar da população, a geração de emprego, saúde e proteção dos direitos humanos.


“A direita é considerada mais liberal e tem pautas progressistas, defende os direitos humanos, a defesa de programas sociais pra os mais vulneráveis e não para toda a população, e a extrema direita vem com uma pauta conservadora regulando costumes, promovendo projetos que retiram ou dificultem a realização de direitos”, conclui.


Ela frisa que a extrema direita é relutante e tem pautas contrarias ao atendimento de direitos, apresentando obstáculos a realizações


E sobre a união da direita e esquerda, ela acredita que essa possibilidade de união é provável no caso da política brasileira e cita o exemplo da eleição de 2002 quando Lula estava concorrendo e o seu vice foi José Alencar, um empresário e político de partido de direita.


“Ele foi do PMDB, do Partido Liberal, do Partido Republicano Brasileiro e foi o vice do Lula nos dois mandatos”, relembra.


Democracia e eleições -


Segundo a cientista política Geyza Alves Pimentel, a palavra “democracia” representa a política, e de acordo com ela, falar em política sem democracia é ter um país mudo, sem s expressar, sem palavras e sem voz.



Foto:(Arquivo pessoal)


E na atual realidade política, houve diversas especulações sobre um possível processo de impeachment contra Bolsonaro, mas a cientista também acredita que isso não ocorrerá, pois o Congresso Nacional é favorável ao presidente.


“Apesar de evidências que o direito aponta como balizadores de um processo de impeachment, a atual composição do Congresso Nacional é favorável ao Presidente, portanto não vejo como prosperar qualquer pedido”, declara. Além de cientista política, Geyza é professora universitária, e conta que tem visto que as redes sociais tem atuado como o maior transmissor de verdades, onde as pessoas de bom senso não questionam essas verdades.


“Tenho visto os meios de comunicação responsáveis por levar verdades, escondendo e até distorcendo os fatos. Observo que os nossos jovens estão cada vez mais distantes da educação e do aprendizado. Tenho visto nosso país voltando a apresentar números estarrecedores de fome e miséria. Tenho visto a ciência ser questionada, trocada por verdades de WhatsApp. Enfim, tenho visto o povo humilde, necessitado, sem proteção e sem representatividade”, cita. Geyza também afirma que a pandemia poderia ter sido diferente num outro cenário político, pois alguns países conseguiram focar na população por possuírem um gabinete de crise estruturado e voltado para ações emergenciais e de contenção. “Isso representaria a diferença!”, exclama. Em relação aos dois candidatos mais comentados pela população e pelas pesquisas, a professora afirma que os dois tem altas chances de ganhar a eleição para presidente.

Ela explica que o Bolsonaro possui uma máquina administrativa forte e possui condições de negociação, além do presidente ter um grande grupo de apoiadores e de eleitores, fazendo dele um candidato forte e com grandes chances de reeleição. “Já o ex-presidente mantêm um alto prestígio no meio político, ele está conversando com todos os possíveis aliados, portanto, está fazendo seu papel, tem chances de ser eleito, apesar da dificuldade do momento e do partido que é filiado”, informa.


Depoimento das pessoas sobre a política no Brasil


O consultor de vendas Lucas De Lucca, 24 anos, espera que nas eleições 2022 tenha candidatos que priorizem a segurança, saúde e que as leis do Brasil passem a ser cumpridas de uma forma melhor, de acordo com seu ponto de vista.


“Espero que os políticos beneficiem a população e não só parte deles. Não me sinto satisfeito com a infraestrutura, porque quando chove alaga tudo e as escolas não tem estrutura apropriada. Não estou satisfeito com o aumento da gasolina, mas contente com o trabalho do Bolsonaro”, diz.


Ana Luiza Santos, 27 anos, vendedora: “Espero que a política do ano que vem melhore, porque não pode continuar do jeito que está. A inflação, o aumento da gasolina e do gás de cozinha são o que tem me deixando insatisfeita com a política atual. A prefeitura busca fazer algo melhor para as pessoas, já o governo não tem colaborado muito com a população, em exceção do presidente”, expõe.


João Antônio, 72 anos, comerciante: “Para mim, a política atual está meio desacreditada e as pessoas não estão muito otimistas para as eleições, além disso temos maus candidatos no estado para ano que vem. Em partida de todos esses motivos, não está fácil saber escolher um novo político para comandar a cidade e não espero nenhuma resolução dos políticos”, comenta.


“A única coisa que está melhorando é a economia, pois é o agronegócio que levanta a economia do estado e município, e se não fosse pela presidente, o Brasil seria a nova Venezuela”, deduz.


Keiziane Matos, 32, vendedora: “Eu espero muitas coisas boas para as eleições do ano que vem porque esse ano está sendo muito difícil, os políticos atuais não estão servindo da nada e com a pandemia tudo piorou. O governo estadual e federal atual é péssimo, não sei nem em quem votar”, declara.


Manoel Meneses, 21, vendedor: Eu espero que nas próximas eleições tenha alguma mudança positiva na parte dos políticos e que as pessoas que vão votar não se enganem com qualquer promessa. Os políticos tem que investir na educação, em transporte público e nas necessidades dos cidadãos. Apesar eu estar satisfeito com as infraestruturas das escolas, com a economia e negócios estrangeiros, irei votar em branco”, opinou.


Amanda Souza, 27, gerente: “Na próxima gestão política eu espero que melhore a saúde, educação e a segurança. Eu também quero que os políticos comecem a pensar mais no povo e enxergar suas necessidades, porque a saúde do estado é muito precária, as pessoas preferem morrer em casa do que ser atendido no hospital. Me sinto insatisfeita com a infraestrutura da cidade, com a educação e com o rumo do país, o atual chefe do estado é irresponsável”, conclui.



Produzido por: (Laura e Camilla)





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