Entenda situação da contenda entre Catarina Guerra e Antônio Nicoletti, que disputam entre si, a vaga de candidato(a) à prefeitura de Boa Vista.
Por Francisneide Carvalho e Juliana Mourão*
No fim da época de convenções partidárias das eleições municipais 2024, um tumulto político rouba a cena entre os candidatos à prefeitura municipal de Boa Vista. O presidente do partido União e deputado federal Antonio Nicoletti e a deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil), se lançam como pré-candidatos ao cargo de gestor da capital. Gerando um impasse, já que não pode haver dois candidatos de um mesmo partido disputando o mesmo cargo.
Em março, Catarina lança sua pré-candidatura no evento denominado “Eu & Ela”, onde o governador Antônio Denarium (PP), o presidente da Assembleia Legislativa Soldado Sampaio (Republicanos), parlamentares federais e outras figuras políticas roraimenses, participam e tornam público o apoio à deputada. Logo após o início dessa movimentação, Nicoletti também surge se apresentando como pré-candidato em entrevistas para veículos de comunicação local, e em publicações nas redes sociais.
Em outra “tacada” para firmar sua decisão, Nicoletti realiza no dia 3 de agosto uma convenção partidária antecipada, e lança oficialmente sua candidatura para o cargo de prefeito e do ex-deputado estadual Damosiel Lacerda (PDT), para vice. Nessa mesma data, de forma reservada e sigilosa, por onze votos a seis, os filiados da União Brasil escolhem o parlamentar federal e não Catarina, para disputar o cargo pelo partido.
O dia 5 de agosto é previsto por Lei como último dia para serem realizadas as convenções partidárias e lançamentos oficiais de candidatura. Dessa forma, a deputada estadual perde o prazo legal e Nicoletti assume oficialmente o posto de candidato à prefeito pelo partido União Brasil.
O advogado especialista em Direito Eleitoral, Luis Seminario, aponta quais fatores resultaram na pré-candidatura simultânea dos parlamentares.
“No caso do União Brasil, o impasse entre os candidatos Catarina e Nicoletti decorre de uma decisão tomada pela nacional do partido, em 29/07/2024, após avaliar o cenário político de Boa Vista – RR, onde decidiu opor-se a candidatura do Nicoletti, diante da viabilidade político eleitoral de Catarina, a qual possui apoio incondicional do Governo de Roraima”
A partir disso, Guerra entrou com recurso para anular a candidatura de Nicoletti. Dentro desse cenário, o advogado explica como se devem seguir as candidaturas pelo partido.
“No dia 06 de agosto, a nacional do União Brasil, realizou reunião extraordinária e, por unanimidade, anulou, parcialmente, a Convenção do dia 03, realizada pela municipal do União de Boa Vista, confirmando e apresentando o nome de Catarina Guerra como candidata, nos moldes da reunião realizada no dia 29 de julho. Até o momento, o que temos são duas candidaturas majoritárias apresentadas pelo União Brasil de Boa Vista – RR, onde a Justiça Eleitoral deverá decidir qual das candidaturas prevalecerá”, aponta o especialista em direito eleitoral.
Há cerca de dois meses das eleições municipais, aguarda-se a resolução do caso.
* Grupo 3. Conteúdo experimental produzido no escopo da disciplina JOR53 – Jornalismo Especializado I.
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