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A febre de memes na comunicação política: humor, informação e manipulação

Os memes cotidianos, feitos para tirar risadas, também são utilizados como estratégias políticas e fazem parte das eleições.

 

Por Amanda Araújo, Lilian Morais e Ana Luiza Cardoso*.

Ciro Gomes, o Cirão da Massa, em uma de suas campanhas presidenciais. Imagem: Pin em memes.

Apesar de serem, na maioria dos casos, imagens estáticas, os ‘memes’ podem compartilhar uma ideia, crítica ou apenas piada. É também uma ferramenta poderosa e inovadora na comunicação política. Esses fragmentos de humor e sátira não só entretêm, mas também informam e podem mobilizar eleitores, moldando debates políticos e influenciando opiniões. A simplicidade dos memes os transformaram em armas eficazes para partidos políticos, ativistas e até mesmo governos.

 

Na era digital, muito se fala de “otimização” do tempo. Em 2021, o termo ‘tiktokização’ ficou conhecido. Ele se trata de mudanças nos formatos de posts, vídeos e memes, que estão cada vez menores, rápidos e eficazes. Até porque, a atenção do público é um recurso escasso e competitivo. Por meio de um meme, é possível simplificar uma posição política, criticar um adversário ou destacar uma questão urgente. A rapidez com que essas mensagens são absorvidas e compartilhadas amplia seu alcance de maneira exponencial.

O humor é uma das principais características dos memes. Imagem: Revista Brasileira de Educação Básica.

O humor é uma das principais características dos memes, e é precisamente essa qualidade que cria um poder persuasivo significativo. O riso quebra barreiras e torna o conteúdo mais palatável, mesmo quando aborda temas sérios. Na política, o humor pode desarmar críticas, humanizar candidatos e criar uma conexão emocional com os eleitores. Por exemplo, memes que ridicularizam escândalos e gafes de políticos rivais podem ser mais impactantes do que críticas diretas.


Os memes têm um apelo particular entre os jovens, tornando-os uma ferramenta poderosa para os políticos que desejam alcançar e engajar esse público.


Um grande exemplo de bom uso dessas ferramentas, é a Prefeitura de Boa Vista. Segundo Lucas Sechi, social media do órgão público, a tarefa não é fácil.

“Comunicação política e institucional são bem diferentes de qualquer outra comunicação, é mais delicada. Então, é difícil encaixar humor nisso, que é mais aberto e descontraído. Mas, acredito que é justamente essa linha tênue que, quando aplicada corretamente, dá muito certo. É preciso analisar se determinadas ideias vão de acordo com o que aquele órgão ou político quer passar. Fazemos adaptações nos conteúdos que estão bombando, porque sempre procuro usar isso, sei que as pessoas, ao ver, vão se identificar” - Lucas Sechi.

 

As plataformas de redes sociais são o principal terreno onde os memes políticos florescem. Sites como Facebook, Twitter e Instagram fornecem a infraestrutura para a criação e disseminação rápida de memes. Recentemente, aplicativos como TikTok também emergiram como espaços influentes para a comunicação política visual. Essas plataformas estão continuamente ajustando suas políticas de moderação para lidar com os desafios associados à desinformação e ao discurso de ódio, frequentemente amplificados pelos memes.

 

Segundo Lucas, esses posts que levam informação com uma ‘pitada’ de humor, são facilmente compartilháveis, o que significa que uma mensagem pode se espalhar rapidamente entre diferentes grupos nas redes sociais. E isso aumenta o alcance sem a necessidade de grandes investimentos. Eles representam a fusão da cultura pop com o discurso político, refletindo as complexidades e contradições da era digital.

Lucas Sechi, social media da Prefeitura de Boa Vista. Imagem: Arquivo pessoal.

“Acredito que essa é uma das linguagens que aproxima principalmente o público jovem. Mas, hoje em dia todo mundo está muito antenado na internet. Todos estão por dentro do que acontece. Isso é muito bom, porque levamos as informações a população de forma descontraída e acaba atingindo todo mundo, e esse é nosso objetivo. Hoje em dia é tudo imediato, e sabendo dosar o imediatismo com o humor, ‘hitamos’”, concluiu.

 



* Grupo 5. Conteúdo experimental produzido no escopo da disciplina JOR53 – Jornalismo Especializado I.

 

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