Com intuito de refletir a cultura e os valores ancestrais entre as gerações, a comunidade Truarú, Região Murupú, localizada há 60 km da capital Boa vista, realizou no dia 20 de abril a comemoração em alusão ao dia do índio. O evento foi organizado pelo núcleo da juventude local, professores e toda a comunidade em geral. Durante a ação houve a dança do parixara um ritual dos povos indígenas muito sagrado entre as etnias, pois, não se trata apenas de simplesmente uma dança, e sim de um momento de união e concentração da espiritualidade dos antepassados e da divindade.
Na comemoração teve muitas atividades de característica dos nativos como: Pintura corporal, casal indígena mais bonito, animais mais caracterizado, cantos nas línguas tradicionais, competição do parixara, concurso da damurida e da farinha, além de atividades esportivas bem como o futebol e voleibol.
Para o tuxaua da comunidade Altacir lima da etnia Wapichana este é um momento de repassar para a juventude a importância das tradições.
“Aqui lutamos para manter viva a nossa cultura e repassar para os nossos filhos a importância dessa continuidade e principalmente dos valores de nossos ancestrais, esse é um momento e que nos juntamos para fazer a reflexão da nossa própria tradição, e queremos que isso prossiga pelos jovens e crianças, um dia vamos partir e eles darão o seguimento de nossas lutas, eles precisam está preparados para está na frente de nossos territórios”. (tuxaua Altacir Wapichana).
O jovem Juan Diego (15) da etnia Wapichana, atualmente vice coordenador local de jovens ressalta a importância de está contribuindo em algo que influencie a juventude no prosseguimento dos eventos tradicionais.
“está auxiliando as minhas lideranças é essencial, pois, isso influenciará muitos outros jovens, eu ainda não tinha tido essa experiência, era muito tímido, no entanto, hoje eu me sinto muito feliz, estou ajudando a minha comunidade, é importante valorizar o que temos, espero que mais adiante a juventude se mobilize cada vez mais para adentrar na luta, pois, não podemos ficar esperando que as pessoas lá fora façam por nós, temos de ter iniciativas de buscar para nós mesmos a nossa melhoria e está na frente junto com nossos líderes” , disse Diego.
O espaço foi tomado pela participação de muitos jovens, atentos a cada passo das lideranças, envolveram-se nas danças e entrelaçaram seus saberes com os cantos, trajes e pinturas. O olhar atento das crianças em cada momento marca a esperança que um dia essas ocasiões nunca acabem, os rituais são um complemento da vivência dos povos tradicionais, não se tratando apenas de um dia ou meses, cada dia é um grito de suas existências.
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Fotos: Ariene Lima